O sistema de guildas: uma breve introdução
Uma breve introdução ao sistema medieval de Guildas, seu funcionamento e suas aplicações
Introdução
“a Guilda; uma sentinela ciumenta contra, e a destruição do, monopólio; a guardiã da herança, especialmente a herança dos pequenos patrimônios.” — Hilaire Belloc (Um Ensaio sobre a Restauração da Propriedade).
Guildas, certamente um dos conceitos mais importantes para a manutenção de uma economia viva e humana, ela é aquela que aterroriza os monopólios, e salva os pequenos produtores, que mantêm a qualidade dos produtos em uma sociedade e que fornece e compartilha os instrumentos e os conhecimentos vindo de muita prática para a melhor produção de um produto. No entanto, embora ela seja tão importante, pouco material se encontra em nossa língua mãe sobre elas, por isso, decidi escrever essa breve introdução ao conceito de guildas, com alguns exemplos de aplicação.
O que são Guildas?
Guildas ou corporações de oficio são, basicamente, associações de trabalhadores, que visam regular uma profissão de modo orgânico, elas essencialmente permitem que novos trabalhadores ingressem em uma determinada profissão, mas elas não se resumem a apenas isso. Na Idade Média as Guildas eram quase como um curso preparatório, um curso técnico, para jovens, seus pais os ingressavam desde jovens na Guilda para que lá eles passassem por um longo processo de estudo, teórico e, principalmente, prático, como aprendizes onde seriam treinados, com conhecimentos e instrumentos compartilhados entre os membros da Guilda, por nove anos, até que se tornassem um artesão/trabalhador [journeyman] e começasse a receber um salário, pois ele teria atingido o patamar de qualidade mínimo, mas esse era só mais um ponto na sua jornada, depois disso ele teria de criar sua obra-prima, o melhor trabalho possível, para apresentar aos outros membros da Guilda, então, caso sua obra fosse aprovada ele teria permissão de “abandonar” a Guilda e ir iniciar seu próprio negócio, ele ainda faria parte da Guilda, como um membro, mas não trabalharia mais lá, trocando sua hora por um salário, agora ele teria direito a iniciar sua própria loja. Dessa forma as Guildas permitem um alto patamar de qualidade para os trabalhadores que fizeram parte dela, assim, ela ganha reputação e leva mais clientes para seus trabalhadores, reduzindo e quase zerando o dito risco de se abrir um negócio, embora esse risco nem faça sentido numa sociedade não-capitalista. As Guildas, assim, funcionam como uma regulação orgânica do mercado, impedindo que qualquer zé sem experiência alguma saia vendendo a preço cheio produtos de má qualidade e ao mesmo tempo impede que grande corporações surjam e suguem todos os clientes de um local para elas. As Guildas, portanto, permitem um patamar mínimo de qualidade e direitos para os trabalhadores de um local, sendo, pois, essenciais em uma Nação que pretenda ter meios de produção bem distribuídos.
Finalizo assim, minha breve introdução ao sistema de Guildas.
Salve Rainha!
Viva Cristo Rei!